Se eu existo, aonde estou?



 Não "Eu".
    Sempre me deparo com esta questão junto aos meus alunos, a questão da não existência de um "eu". Ao menos da forma como pensam. Um "Eu" eterno e imutável, com uma identidade definitiva e estável, de reconhecimento constante.
   Um "Eu" só existe dentro de uma certa forma cultural, fora dela seríamos outro "Eu".
   Quando vou me decompondo culturalmente vou sentindo que este eu (Paulo) é uma construção e desconstrução social constantes, ou seja inexistente. Na verdade é uma soma de causas e condições contínuas, que poderiam variar  e ainda podem. Vamos pensar assim: Caso meu nascimento tivesse ocorrido em Belize, meu mome seria Paulo, meus pais seriam  católicos, meu idioma o português seria o mesmo, teria conhecido minha atual esposa? Definitivamente não, sem dúvida seria uma outra pessoa. Só sou o que sou devido a causas e condições que me levaram até aqui.


Imagem: Kanji, pessoa- hito

Comentários

Mallika disse…
Não é fácil desmontar esse Eu que sou eu sem o ser. Montagem de pequenas peças oriundas desta e doutras vidas, somas e diminuições. Reconhecer-se como não sendo.
Belas palavras, parabéns.

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