Todo Ser é Pleno.


Todo ser humano é dotado de sua própria plenitude, mas na sociedade moderna ocidental este mesmo ser acredita que sua plenitude está em obter "coisas", ter orgulho de seus feitos para seu próprio benefício, ou ser o centro das atenções mesmo de maneira "negativa", desta maneira fica assim mais distante de quem ele realmente é como ser, matando a compaixão latente dentro dele paulatinamente, pois para a modernidade o ego é o caminho. Neste embate, ou desencontro, de seu ego com sua plenitude este ser vai se distanciando de sua felicidade, gerando sua própria infelicidade e de outros. Não percebemos que a EMPATIA pelo próximo é o eixo que transforma nosso espírito aprisionado pelo ego, em um espírito leve, livre e iluminado. Não tenho dúvidas que a compaixão é o caminho para plenitude e iluminação do ser, mas também sei que é um grande desafio. Como já disse o psiquiatra Neal D. Bernard: "a compaixão é mais difícil de ensinar do que anatomia". Muitos colegas meus da educação acreditam que o objetivo da mesma é gerar mentes poderosas, com grandes capacidades intelectuais, e esquecem que os construtores de armas nucleares eram mentes brilhantes, que tanques de guerra e aviões caças com velocidades estonteantes também foram desenhados por mentes poderosas. Estas mentes poderosas e brilhantes geraram e geram muita dor na humanidade, sem nenhuma compaixão. Mas sou um otimista. Em uma de minhas aulas sobre pré-história levei um fóssil de peixe de milhões de anos para ilustrar uma explicação; e como sempre acontece o fóssil causou o maior "frisom", dezenas de perguntas e a curiosidade a "mil", mas uma de minhas preciosas alunas com "pouca capacidade intelectual" começou a chorar, (pensei que ela estivesse assustada com o fóssil, ou o movimento barulhento da classe), quando perguntei o motivo do choro ela falou: "...ele deve ter sofrido muito para morrer desse jeito, e ninguém tá ligando, será que ninguém vê que ele morreu? ...tô triste só isso". Pensei comigo: "um ser que se compadece por um fóssil só pode ser iluminado". Depois do conselho sábio desda minha aluna, pedi para todos que fizessem silêncio e tratassem esta "pedra" (fóssil) como se fosse sagrada, com respeito, afinal foi um ser vivo e estava ajudando os seres humanos entender a vida. Definitivamente a vida plena está na compaixão.

Imagem: Banco de imagens grattuitas

Comentários

Paulinha Costa disse…
Acredito que momentos como estes te fazem pensar o quanto vale a pena ensinar e aprender com eles...

Adorei o post.
Que caminho longo ainda temos, como humanidade, para trilhar, né?
Anônimo disse…
Infelizmente vivemos em um mundo onde "ter" vale muito mais do que qualquer outra coisa. Quando demonstramos algum tipo de sentimento, compaixão por exemplo, muitas vezes somos tidos como bobos.E assim os sentimentos nobres ficam sempre em último plano, enquanto as banalidades e os sentimentos inferiores ocupam o primeiro lugar.
Bom texto.
Abraços.

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