Estes dias, estava eu tranquilo ouvindo alguns mantras, de escolas budistas tibetanas, quando minha filha (Paula) adolescente entrou já reclamando da música do "barulho". Dizia ela: " Nunca muda esta música, é sempre a mesma coisa?" Respondi: "é sempre a mesma coisa". Ela voltou a retrucar. " Credo, como alguém pode gostar desta repetição louca, é sempre igual, isto enche!" Voltei para ela e disse: "que a mim não enchia". É claro que esta minha afirmação não deixaria esta pequena jovem quieta. Minha pequena adolescente sentou e voltou ao ataque. "Só um sem noção, faz a mesma coisa sempre, nunca muda, isto é coisa de louco, você não acha? Respondi: " também acho que é coisa de louco, repetir, repetir, repetir". A Paula ficou muito satisfeita com minha resposta. Se você quer deixar um adolescente feliz é dizer que ele ganhou uma discussão. Como um velho pai chato complementei reafirmando a tese dela: " repet
Comentários
Gostaria de contribuir com a sua colocação sobre o trecho de Joseph Campbell, para entendermos esse contexto maravilhoso em que esta mensagem está inserida, e que vem de encontro com os seus pensamentos nesse blog.Entendo porque vc a colocou.
Campbell em seu livro "O Poder do Mito" relata a mítica tragetória da espiritualidade e da salvação, como também do sentido da vida.O que ele chamou de jornada interior e a saga do herói.Aquilo que conforta o ser humano e o faz procurar seu sentido de vida.
Dessa forma ele diz que " oque todos procuramos é um sentido para a vida.Não penso que seja assim.Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estarmos vivos, de modo que nossas experiências de vida , no plano puramente físico , tenham ressonância no interior de nosso ser e de nossa realidade mais íntimos, de modo que sintamos o enlevo de estarmos vivos"(...)"Uma coisa que se revela nos mitos é que no fundo do abismo, desponta a voz da salvação.O momento crucial é aquele em que a verdadeira mensagem de transformação está prestes a surgir.No momento mais sombrio surge a luz". Bom, segiindo esse raciocínio é que Campbell nos dá a perspectiva que independente de nossa religião, surge a nossa religiosidade,e de termos como ele mesmo exemplificou com Abelardo " compaixão pelos sentimentos da vida"(...)"Você e o outro são um , de que você é dois aspectos de uma só vida"E é neste momento que de maneira singular Campbell consegue enxergar esse nosso inconsciente coletivo espiritual no momento de nossa"salvação" ou de nossa "morte", pois segundo ele na espiritualidade humana entendemos essa passagem de nossas experiências desta forma:"(...)não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós.O labirinto é conhecido em toda a sua extensão.Temos apenas de seguir a trilha do herói,e lá onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um "deus"; ou nós mesmos,ou aquilo que construímos como crença, na reflexão ou na meditação até o seu encontro com a morte, quando fazemos essa reavaliação importante nesse preparo é que ele nos contempla com essa mensagem final que vai de encontro com o zen, de encontro com o budismo, ou de encontro com qualquer idéia de iluminação.(...)"E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos.Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter ao centro de nossa própria existência .E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo Todo". Simplesmente, brilhante, o"eu" deixando de existir.
Espero que eu tenho contribuído.
Um abraço à vc e a todos os seguidores e visitantes.
Anne