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Mostrando postagens de fevereiro, 2012

O QUE É UM RETIRO ZEN DE SILÊNCIO?

      Para muitas pessoas que não estão familiarizadas com retiros de silêncio, a primeira impressão pode não ser das mais agradáveis.    Primeiro que um retiro espiritual não é necessariamente um descanso para o corpo ou mesmo para a mente. Para o Zen a mente deve sempre estar atenta ao momento presente, não importando o que você esteja fazendo, uma oração, lavando uma louça ou varrendo o chão; o importante é não divagar em pensamentos perdendo-se do presente, e isto requer um grandioso esforço pois nossa mente tem a tendência de estar sempre fugindo da realidade.    A segunda questão é que o silêncio nos obriga a ficarmos atentos as necessidades dos outros e não apenas cuidar do meu "euzinho". O comunitário é mais importante, o servir é mais importante que ser servido e faz parte da prática zen o servir e isto também cansa para quem não está acostumado.   Terceiro que o Zazen também não é uma tarefa fácil, principalmente  para iniciantes; o corpo fica dolorido e

Realização

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      Um grande mestre do século passado tinha um discípulo que era muito obtuso. O mestre ensinou-lhe as mesmas coisas muitas e muitas vezes, tentando introduzi-lo à natureza da sua mente, mas foi inútil. A final o mestre ficou sem opções e lhe disse: "Olhe, quero que leve este saco de cevada até o alto daquela montanha ali. Mas você não deve parar para descansar. Continue simplesmente subindo até chegar ao alto".       O discípulo era um homem simples, mas possuía uma inabalável devoção e confiança em seu mestre, de modo que fez exatamente o que lhe foi recomendado. O saco era pesado; pegando-o partiu montanha acima, não ousando parar. Simplesmente seguiu e seguiu. O saco foi ficando cada vez mais pesado. Demorou um tempão. Por fim, ao chegar ao alto da montanha ele jogou o saco no chão. Atirou-se no chão dominado pela exaustão mas profundamente relaxado. Sentia a brisa fresca da montanha em seu rosto. Toda sua resistência se dissolvera, e com ela sua mente ordinária.

Vela apagada, ilumina

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       Tokusan estudava Zen com o mestre Ryutan. Uma noite de inverno, Tokusan procurou Ryutan em seu quarto para lhe fazer um monte de perguntas sobre o sentido do Zen e da meditação. Ryutan ouviu e respondeu pacientemente todas as perguntas do jovem estudante, até que o mestre mandou o discípulo embora, dizendo que já era muito tarde. "Já é tarde da noite, por que você não se retira?", perguntou Ryutan educadamente.    Tokusan fez reverência e, ao abrir a porta, percebeu que já era alta noite e estava muito escuro lá fora Ryutan entregou uma vela para que o estudante pudesse encontrar o caminho de volta para o dormitório dos monges.    Assim que recebeu a vela das mãos do mestre, Ryutan assoprou-a, deixando os dois na mais perfeita escuridão.    Nesse exato momento, Tokusan atingiu a iluminação. Texto retirado do livro: Pocket Zen, de Bruno Pacheco.