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Mostrando postagens de setembro, 2009

Meditãção

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Muitas pessoas me falam que precisam aprender a meditar para parar de pensar numa coisa ou outra, para esquecerem disto ou daquilo, ate insistem para que eu confirme. O facto é : Perguntam se meditar é parar de pensar? Realmente existe uma corrente na Índia denominada Patanjali onde o propósito é a cessação intencional da atividade mental. No Zen o objetivo não é interromper o ato de pensar, mas o de não “segurar” os pensamentos, deixar espontaneamente toda sua mobilidade, sem interferência, fixação, ou julgamentos daquilo que se passa pela mente; um observador da própria mente, sem tentar entender ou explicar cada pensamento, apenas observar toda esta “paisagem”. Imagine uma viagem onde se avista uma vasta quantidade de flores, centenas de  espécies, uma mais bela que a outra, milhares de cores e formas; nós só observamos; não tentamos descobrir os motivos desta plantação, ou quem as plantou, muito menos quando. Com a mente devemos agir da mesma forma, só observar, contem

Música de louco?

Estes dias, estava eu tranquilo ouvindo alguns mantras, de escolas budistas tibetanas, quando minha filha (Paula) adolescente entrou já reclamando da música do "barulho". Dizia ela: " Nunca muda esta música, é sempre a mesma coisa?" Respondi: "é sempre a mesma coisa". Ela voltou a retrucar. " Credo, como alguém pode gostar desta repetição louca, é sempre igual, isto enche!" Voltei para ela e disse: "que a mim não enchia". É claro que esta minha afirmação não deixaria esta pequena jovem quieta. Minha pequena adolescente sentou e voltou ao ataque. "Só um sem noção, faz a mesma coisa sempre, nunca muda, isto é coisa de louco, você não acha? Respondi: " também acho que é coisa de louco, repetir, repetir, repetir". A Paula ficou muito satisfeita com minha resposta. Se você quer deixar um adolescente feliz é dizer que ele ganhou uma discussão. Como um velho pai chato complementei reafirmando a tese dela: " repet

O que é sansara?

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Durante uma conversa, o Rei Milinda (um rei grego) perguntou a Nagasena: “Que é sansara?” “É muito simples: aqui nascemos e morremos. Depois nascemos de novo e, de novo, morremos. Isto é sansara.” Respondeu Nagasena. “Poderias me explicar com mais clareza pediu o rei.” “É como o caroço de uma manga que plantamos para comer o fruto. Quando a árvore cresce e dá frutos, as pessoas os comem para de novo plantar os caroços. E dos caroços nasce uma nova mangueira, que vai dar novos frutos. Desse modo a mangueira não tem fim. Da mesma forma, nascemos aqui e morremos ali. Sansara é a roda dos nascimento que é movida pelo carma.” “O que renasce no outro mundo?” perguntou o rei. “Depois da morte nascem o nome, o espírito, o corpo,” disse Nagasena. “É o mesmo nome, o mesmo espírito e o mesmo corpo que nascem depois da morte? “, perguntou o rei. “Não é o mesmo espírito e o mesmo corpo que nascem depois da morte. Este corpo e espírito criam a ação. Pela ação ou

Crescer para ser?

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Fico intrigado todas as vezes que escuto uma determinada pergunta. -" O que você quer ser quando crescer?" ( e no meu caso que nunca cresci ). Ou mesmo o contrário. - "Eu não sei o que serei quando crescer!" Ou assim, também escuto bastante. -"Deste jeito você nunca será nada" . Você queira ou não queira independente de qualquer coisa, neste planeta você já é um ser , ou seja, já é alguma coisa! Não preciso crescer especificamente. Criança é ser , adolescente é ser , mendigo é ser , empresário é ser . Se as perguntas fossem sobre suas habilidades, prazeres, ou que tipo de trabalho você gostaria de fazer é uma coisa, mas ser .... Por outro lado o que significa exatamente ser alguma coisa? Sou quem, ou sou o que? Seja lá o que for gosto de não ser , ou não sei.

Quando aprenderemos?

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Estes dias conversando com meus alunos sobre a vida que levavam, fiquei surpreso. Quase todos eles tinham e tem os mesmos medos, as mesma expectativa, e cometem os mesmos "erros" de 30 anos atrás . Isto me chamou muita a atenção para os ciclos infindáveis de "acertos" e "erros" que cometemos. Pior que isto; a insistência desta forma de viver. Quando aprenderemos?

Malunkyaputra

A profunda sabedoria do Buda atraiu muitos intelectuais. Malunkyaputra foi um deles. Porém, a sua frustração crescia à medida que o Buda se negava a encarar algumas questões metafísicas essenciais. Até que, exasperado, foi ter com o Buda e confrontou-o com a seguinte lista de perguntas: "Bem-Aventurado, há teorias que não explicastes, que ignorastes e para as quais não forneceste nenhuma resposta. Se o mundo é eterno ou não é eterno, se ele é finito ou é infinito; se a alma e o corpo são idênticos ou diferenciados, se alguém que atingiu o nirvana continua a existir após a morte ou não, ou se continua a existir e a não existir, ou se nem existe nem deixa de existir. O facto de o Bem-Aventurado não ter esclarecido estas questões, não me satisfaz nem me serve. Se o Bem-Aventurado não me as esclarecer, abandonarei as disciplinas espirituais e regressarei à vida laica." "Malunkyaputra", respondeu serenamente o Buda," quando abraçastes a vida espiritual alguma vez te

Generosidade

Consciente do sofrimento causado pela exploração, pela injustiça social, pelo roubo e pela opressão, eu me comprometo a cultivar a gentileza amorosa e aprender maneiras de trabalhar pelo bem-estar das pessoas, animais, plantas e minerais. Praticarei a generosidade , compartilhando meu tempo, minha energia e meus recursos materiais com aqueles que realmente precisam. Estou determinado a não roubar e não me apossar de nada que por ventura pertença a outros. Respeitarei a propriedade alheia, mas impedirei que outros lucrem com o sofrimento humano ou com o sofrimento de outras espécies sobre a terra. Texto do livro, Os Cinco Treinamentos Para A Mente Alerta, de Thich Nhât Hanh